sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Morte em Veneza de Luchino Visconti


O compositor Gustav Ashenbach (Dirk Bogarde), de férias no estrangeiro parece um homem reservado e civilizado. Mas o encontro inesperado com alguém de rara beleza vai o inspirar a se entregar a uma paixão oculta que pressagia um trágico destino.
O realizador Luchino Visconti transformam a obra clássica de Thomas Mann numa "Obra-prima de força e beleza" (William Wolf, Cue). Como o próprio Ashenbach, também Visconti revela-se obcecado pela sua arte: os seus filmes vivem de atmosferas lívidas e subtis abaixo de superfícies plácidas e da obsessiva atenção ao detalhe. Morte em Veneza, um filme enriquecido pela magnífica música de Gustav Mahler e pela inesquecível interpretação de Dirk Bogarde

Morte em Veneza de Thomas Mann (1875-1955)


Thomas Mann nasceu na cidade livre de Lübeck, que, como Hamburgo e Bremen, mantinha a sua soberania no interior do II Reich alemão. O pai era um próspero comerciante, que veio a ocupar vários cargos públicos e a mãe, Júlia Silva-Bruhns, nascida em plena floresta amazónica, era filha de um alemão radicado no Brasil e de uma brasileira de origem portuguesa. Thomas é o segundo filho. O mais velho, Heinrich, virá também a ser um escritor de talento.
Em 1912, lançou Morte em Veneza, considerada uma de suas obras-primas.
Em Morte em Veneza, Thomas Mann apresenta uma escrita complexa e profunda, onde quase cada parágrafo pode ter várias leituras. Em contraponto o enredo é praticamente inexistente: um homem de meia-idade viaja até Veneza, apaixona-se platonicamente por um jovem rapaz polaco extremamente atraente e morre sem sequer ter trocado uma palavra com ele.

Dom Quixote de la Mancha de Miguel de Cervantes (1547-1616)


O velho fidalgo Alonso Quijano perdeu o juízo no alucinante labirinto do universo dos livros de cavalaria e andou por cidades como Toledo, Albacete e La Roda para atravessar as fronteiras da língua espanhola. A singular história de Miguel de Cervantes é o maior monumento da literatura universal. Publicada no final de 1604, Dom Quixote de La Mancha é uma obra na qual os leitores mais imaginativos podem passar toda a vida a descobrir véus para descobrir outros até ao infinito. Pergunta-se que estranhos motivos levaram o autor espanhol a tecer uma longa narrativa sobre um lunático perdido e um rústico lavrador de "pouco sal na moleira". O livro, porém, possui um fundo falso: na verdade, Dom Quixote é uma fábula sobre a eterna luta da inteligência contra a estupidez, da luz contra a escuridão. Essa contenda representou a malfadada história dos grandes escritores espanhóis do chamado Século de Ouro, onde muitos deles foram obrigados a fugir da fogueira do Santo Ofício pelo desterro. Na publicação das suas obras teriam de usar pseudónimos ou então de enfrentar toda a hipocrisia da Inquisição.

Dom Quixote de Orson Welles


Apaixonado por Espanha, Orson Welles, um dos mais brilhantes e inclassificáveis realizadores de todos os tempos, dedicou 14 anos da sua vida a DOM QUIXOTE, uma obra desmesurada a que o seu enorme génio não poderia ficar indiferente. Welles mergulhou na obra de Cervantes através das personagens de Dom Quixote e Sancho Pança que viajam pela Espanha de 1960, dando uma visão única e apaixonante das mais emblemáticas personagens espanholas. O filme mostra as gentes e costumes espanhóis sem deixar de lado tradições populares como as Festas dos Mouros e dos Cristãos, ou as procissões religiosas. As excepcionais interpretações de Reiguera e Tamiroff, tal como a aparição de Welles em algumas cenas, fazem com que este seja um filme imprescindível sobre a publicação da obra de Cervantes.

Francisco de Goya (1746-1828)


Goya é um pintor que percorre a pintura espanhola e europeia desde o neoclassicismo de fins do século xviii até ao romantismo. Na sua produção, de uma extraordinária abundância, a originalidade e a variedade compensam com vantagem uma ou outra imperfeição em algum dos seus quadros. A sua arte vai evoluindo ao longo da vida.
Na obra de Goya detectam-se impulsos e maneiras de executar que vão posteriormente constituir princípios orientadores de diversos desenvolvimentos importantes da história da pintura nos séculos xix e xx. Assim, na exaltação da cor, nos processos narrativos, existe já o germe do romantismo. Pelo impiedoso naturalismo, pela crítica aguda, é plenamente um pintor realista. Pela técnica pictórica dos seus últimos anos, em que se serve da justaposição de pinceladas de cores puras para formar novas cores e delimitar as massas, os impressionistas reconhecem-no como um precursor. A deformação da realidade, tão significativa nas suas gravuras, é nitidamente expressionista. E tem em comum com os surrealistas as visões fantásticas e oníricas que povoam a sua excepcional obra gráfica.

Os fantasmas de Goya de Milos Forman


OS FANTASMAS DE GOYA narra a história de Espanha em 1792. Um grupo de pessoas que convivem numa época de agitação política e mudanças históricas.
A história é narrada através do olhar do mestre Francisco de Goya (Stellan Skarsgård). A intriga desenvolve-se durante os últimos anos da Inquisição em paralelo com a invasão do exército de Napoleão em Espanha e finaliza com a derrota dos franceses e a restauração da monarquia espanhola, lograda pelo o poderoso exército de Wellington. O irmão Lorenzo (Javier Bardem), um enigmático e astuto membro da Inquisição, envolve-se com a jovem musa de Goya, Inés (Natalie Portman), quando esta é injustamente acusada de heresia e enviada para a prisão.