sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Francisco de Goya (1746-1828)


Goya é um pintor que percorre a pintura espanhola e europeia desde o neoclassicismo de fins do século xviii até ao romantismo. Na sua produção, de uma extraordinária abundância, a originalidade e a variedade compensam com vantagem uma ou outra imperfeição em algum dos seus quadros. A sua arte vai evoluindo ao longo da vida.
Na obra de Goya detectam-se impulsos e maneiras de executar que vão posteriormente constituir princípios orientadores de diversos desenvolvimentos importantes da história da pintura nos séculos xix e xx. Assim, na exaltação da cor, nos processos narrativos, existe já o germe do romantismo. Pelo impiedoso naturalismo, pela crítica aguda, é plenamente um pintor realista. Pela técnica pictórica dos seus últimos anos, em que se serve da justaposição de pinceladas de cores puras para formar novas cores e delimitar as massas, os impressionistas reconhecem-no como um precursor. A deformação da realidade, tão significativa nas suas gravuras, é nitidamente expressionista. E tem em comum com os surrealistas as visões fantásticas e oníricas que povoam a sua excepcional obra gráfica.

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